Yamaha NMax 2023: primeiras impressões da renovada scooter
Avaliamos a principal concorrente da Honda PCX 160 em deslocamento urbano. Saiba como se sai o modelo que agora conta com controle de tração e conectividade com smartphone
Em um dia de bastante calor na sempre agitada capital paulista fomos convidados pela Yamaha para provar a nova geração da sua scooter mais vendida no Brasil, a NMax 160 2023. Receber ou ver em um vídeo informações sobre um novo veículo nos permitem uma noção do que ele pode entregar, mas nada substitui ainda a experiência de pilotar e foi isso que fizemos com o renovado modelo, agora chamado de NMax Connected.
Conectividade e controle de tração
As alterações funcionais nessa geração começam pela conectividade com o aplicativo Yamaha Connect – disponível tanto para Android como IOS – que permite coletar alguns dados durante o uso da scooter como rota percorrida e registro de médias de consumo (obviamente por estimativa do computador de bordo). Além de outros vários recursos extra que o aplicativo disponibiliza.
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Durante o ride, o telefone com o app instalado que a Yamaha nos emprestou seguiu no porta-objetos do lado direito e acabei utilizando pouco. A sugestão aqui para quem pretende ter essa atualização da NMax é instalar um bom suporte de telefone preso ao retrovisor para rodar explorando as funcionalidades do app.
Saindo da parte digital e indo para a parte analógica da atualização da NMax, mais mudanças que melhoraram a experiência de pilotagem. Assim como a Honda PCX 160 – a concorrente direta – a NMax ganhou controle de tração. Aqui vale reforçar a utilidade disso em uma scooter de 15,4 cv de potência máxima e 1,4 kgf.m de torque. Números que parecem pouco, mas pilotando na chuva em qualquer piso um pouco mais escorregadio – faixas de pedestres, chão de posto de gasolina ou tampas de chapa usadas para tampar buracos durante manutenção em ruas – já é suficiente para perder a aderência.
Por isso o controle de tração é bem-vindo para aumentar a segurança, principalmente dos menos experientes, afinal, a NMax pode tranquilamente ser a porta de entrada para o admirável mundo das motos. Leve, confortável e muito, mas muito fácil de conduzir, tem a praticidade de ser automática – com transmissão do tipo CVT – então a pessoa só precisa se preocupar em controlar a aceleração e os freios que estão nos manetes.
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Pneus e suspensões
Ainda falando sobre segurança, outra novidade são os bons pneus Pirelli Diablo Scooter, pneu que a Honda usou na geração anterior da sua PCX e que é bem superior ao anterior usado na NMax da IRC. O Diablo Scooter apresentou bom comportamento nas curvas e em frenagens nesse primeiro teste, mas já sabemos do seu bom desempenho também no molhado. A Yamaha alega que esse pneu foi criado exclusivamente para a NMax mas acredito que seja apenas no sentido das medidas, que são diferentes da PCX 150. A NMax usa na dianteira pneu 110/70 – 13” e na traseira pneu 130/70 – 13”.
Falando sobre conforto, a suspensão traseira sempre é um ponto de atenção dos usuários. A dianteira segue igual, e na traseira a NMax 2023 conta com um recurso útil que é o ajuste de pré-carga. Mas não é aquele tradicional que precisa de uma chave –que algumas vezes exige uma força extra para conseguir girar - para deixar mas firme ou macio o comportamento da suspensão traseira.
É um ajuste em dois níveis que, de acordo com a Yamaha, o nível 1 é igual ao do modelo 2022 e o nível 2 é mais firme. Não precisa de ferramenta, não precisa de força e é muito rápido. No topo do amortecedor tem duas peças e a marcação 1 e 2. Você segura uma e gira a outra. Fácil e prático como uma scooter deve ser. Ponto positivo!
Rodei no percurso pela capital paulista metade no 1 e metade no 2. Na minha opinião, o nível 2 me agrada mais, por ser um pouco mais firme me passa sensação de mais controle da scooter – lembrando que tenho 1,83 m de altura e equipado peso cerca de 100 kg. Vai andar com garupa, deixe no nível 2 e seja feliz. Durante o teste alguns colegas jornalistas faziam essa mudança da pré-carga aproveitando o semáforo fechado. Para você ter noção de como é fácil!
A NMax 2023 é boa?
Durante o test ride em São Paulo com a NMax foi possível notar como o conjunto está bem equilibrado e a pilotagem é prazerosa. Leve com 131 kg e compacta com 740 mm de largura passa sem dificuldade nos espaços entre os carros na congestionada cidade. A altura do assento é de 765 mm e com 1,83 de altura a ergonomia não me cansou, o que é bom. Para meus grandes pés protegidos com botas tamanho 43 o espaço disponível na NMax é bom, suficiente inclusive na posição avançada de ficar com o pé todo protegido pela carenagem.
Falando um pouco sobre o motor, ele não teve alterações nessa atualização da NMax, segue com a mesma potência e torque e tem como diferencial a tecnologia VVA (comando de válvulas variável) que ajuda a scooter a entregar melhor desempenho em qualquer faixa de rotação – o que é sentido na prática principalmente em subidas.
Para rodar na cidade o que a NMax entrega é suficiente para rodar tranquilo seja em vias rápidas ou dentro dos bairros. Apesar do bom comportamento da suspensão traseira no nível 2 vale lembrar que é uma scooter com rodas pequenas aro 13” e curso reduzido de suspensões, com 86 mm na dianteira e 100 mm na traseira, então ainda é necessário monitorar e escolher bem onde está passando com as rodas pois os buracos e irregularidades da selva de pedra podem ser grandes demais para a simpática scooter.
Consumo
O painel todo digital tem a útil informação de média de consumo e no fim do meu teste marcava 31,5 km/l. Boa média levando em consideração que em cada semáforo sai acelerando como se estivesse atrasado para chegar ao trabalho. Andando tranquilo deve beirar os 40 km/l sem dificuldade. Com o tanque de 7,1 litros a autonomia na média que fiz ficaria em torno de 220 km. Lembrando que a NMax não é flex, utiliza apenas gasolina. Sob o assento, o espaço de 25 litros me permitiu guardar minha mochila sem dificuldade. Cabe um capacete grande e uma capa de chuva, por exemplo.
Falando das cores 2023, eu rodei com a pintura especial em cinza fosco – que a Yamaha chama de Matt Grey – que é vendida por R$ 300 a mais que as três opções de pintura vermelho, verde escuro e azul que estão com preço sem frete igual a do modelo 2022 de R$ 19.960. Das 3 a pintura que mais me chamou a atenção foi a verde escuro porque conta com as rodas douradas e ficou bonita, na minha opinião.
Conclusão
Em resumo a atualização da NMax não é uma revolução, mas uma evolução do consagrado modelo. Melhorou pontos que trouxeram mais conforto, segurança e algum prazer extra na pilotagem a quem escolher uma scooter como sua parceria no ir e vir da cidade. A parte da conectividade entra como um bônus, pois sabemos que nem todo mundo, mesmo cliente de scooter, vai se interessar tanto por isso. Mas quanto mais recursos disponíveis mais a marca dá em troca do nosso dinheiro e isso é sempre bom.
FICHA TÉCNICA - Yamaha NMax Connected 160 ABS 2023 |
PREÇO | A partir de R$ 19.690 |
MOTOR | 1 cilindro, 155 cc |
ALIMENTAÇÃO | Injeção eletrônica |
COMBUSTÍVEL | Gasolina |
POTÊNCIA | 15,4 cavalos a 8.000 rpm |
TORQUE | 1,4 kgfm a 6.500 rpm |
CONSUMO | Não divulgado |
DIÂMETRO x CURSO | 58,0 x 58,7 mm |
CÂMBIO | CVT |
CHASSI | Underbone |
COMPRIMENTO | 1.935 mm |
LARGURA | 740 mm |
ALTURA | 1.160 mm |
ENTRE-EIXOS | 1.340 mm |
DISTÂNCIA DO SOLO | 125 mm |
ALTURA DO ASSENTO | 765 mm |
PESO | 131 kg |
TANQUE | 7,1 litros |
FREIOS | ABS de dois canais |
FREIO DIANTEIRO | Disco de 230 mm |
FREIO TRASEIRO | Disco de 230 mm |
PNEU DIANTEIRO | 110/70 - 13M/C 48P sem câmara |
PNEU TRASEIRO | 130/70 - 13M/C 63P sem câmara |
SUSPENSÃO DIANTEIRA | Garfo telescópico de 100 mm |
SUSPENSÃO TRASEIRA | Motor-balança de 86 mm |
CORES | Navy blue, solar red, matt green e matt gray |
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