Preço alto da elétrica Voltz EVS pode compensar com a economia de combustível; impressões
Da tomada para a rua, como é andar na moto elétrica do momento. Modelo é silencioso e tem aceleração parecida com a de uma "150 cc", mas precisa de evoluções no conjunto
Antes de mais nada devo esclarecer que o “teste” realizado com o scooter e a moto da Voltz foi feito em um espaço bem apertado, durante o Festival Interlagos – literalmente – uma voltinha. São dois modelos oferecidos: o scooter, chamado de EV1 Sport e a moto, batizada de EVS. Ambas com motor elétrico acoplado na roda traseira.
Nossa maior curiosidade era com relação à moto, justamente a mais questionada por leitores e amigos. A Voltz é uma startup brasileira, e começou recentemente a montagem em Manaus, AM.
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Como é andar na EVS
O estilo da moto é bem diferente do que estamos acostumados, porque a ausência do motor à combustão permite cobrir toda a moto com uma carenagem. No local onde tradicionalmente ficaria o motor está o compartimento para uma ou duas baterias (a segunda é opcional). Com uma bateria a autonomia é de 120 km, enquanto com duas pode chegar a 180 km.
Mas saiba que essa autonomia depende do terreno, do módulo de potência e da pressa do usuário. Aliás, como no motor à combustão pode-se gastar mais ou menos energia conforme a forma de pilotar.
Ainda com a EVS parada observei que os comandos de freio são nas mãos, como nos scooters - nada de freio traseiro no pé. E conta com dois freios a disco na dianteira e disco simples na traseira. Aqui meu primeiro pitaco: o uso dos dois discos na dianteira é totalmente marqueteiro, porque não tem a menor necessidade. Pensando num veículo que precisa ser leve, chega a ser até um contrassenso. E, na prática, nem precisa.
É uma moto, sem dúvida. Posição de pilotagem, pedaleiras, manetes, acelerador tudo igual a uma moto à combustão. A diferença maior é o silêncio. Não há diferença entre ligada e desligada. O painel tem várias funções e uma das mais importantes é o módulo de potência. Segundo o fabricante essa potência máxima é de 7.000 W, mas num uso racional a potência fica em torno de 3.000 W.
Os módulos são: econômico, standard e turbo. Testei as três opções e pode-se alterar com a moto em movimento, basta acionar um botão no punho direito. O acelerador tem um pequeno atraso entre o comando e a moto reagir, mas a aceleração é semelhante ao de uma moto de 150 cc. No modo Turbo eu consegui chegar a 50 km/h em um espaço muito curto.
A exemplo de outras motos, scooters e bicicletas elétricas (com acelerador), a EVS corta o motor quando o piloto aciona os freios. Sei que isso é uma questão típica dos elétricos, mas os engenheiros precisam mudar, porque veículos de duas rodas sem embreagem exigem o uso do freio traseiro e do acelerador ao mesmo tempo para controlar em baixa velocidade. Sobretudo por causa do “delay” do acelerador e do tremendo torque já nos primeiros milímetros do acelerador.
Também acho que precisa desenvolver um pouco mais a suspensão. A exemplo do disco duplo na frente, a suspensão dianteira invertida, mas com tecnologia telescópica, serve apenas como chamariz. Na prática ela é um pouco “seca” sem retorno progressivo. Já a traseira é monoamortecida e também merecia um acerto para copiar melhor as irregularidades.
Em suma, falta um teste mais longo para colher mais detalhes. Neste primeiro contato deu para perceber que é um produto válido para percursos urbanos. A recarga total da bateria leva cinco horas, mas como todo elétrico é bom sempre manter carregado, sem deixar zerar. O silêncio de rodagem que é ótimo para nossos ouvidos pode ser um problema no trânsito, porque os motoristas e pedestres não percebem a presença. Em alguns países foi obrigado a instalação de um pequeno “zumbido” para alertar todo mundo.
O preço em São Paulo, estava em R$ 19.990. Pode parecer alto pelo o que oferece, mas se fizer a conta de economia na ponta do lápis pode ser altamente compensatório. Sem falar na tranquilidade de não mais queimar combustível fóssil. Lembre-se que cidade também é meio ambiente!
VOLTZ EVS - FICHA TÉCNICA |
Preço | R$ 19.990 (1 bateria) / R$ 24.990 (duas baterias) |
Velocidade máxima | 120 km/h |
Autonomia | 120 km (1 bateria) / 180 km (2 baterias) |
Bateria | 33 ah / 72v |
Tempo de recarga | 5 horas |
Potência | 3.000 watts |
Pico de potência | 7.000 watts |
Cores | All black, Titanium, Black, Chery, Amazonia, Cocoa, Neptune |