Voltz no 'fundo do poço'? Só 34 motos elétricas emplacadas no mês
Registros do Denatran em setembro mostram que volume de entregas da empresa está em seu pior momento desde 2021. Não se sabe como está operação da fábrica em Manaus
A Voltz Motors apresentou o seu volume de emplacamentos mais baixo em 2 anos no Brasil durante setembro de 2023. Foram somente 34 motos elétricas registradas no mês, de acordo com dados de registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), divulgados pela associação das concessionárias de veículos, a Fenabrave.
Este foi o pior desempenho do ano, além de ser o menor desde o início de 2021, quando a empresa ainda estava começando a crescer no país. Como mostramos há algum tempo, não há informações oficiais se a fábrica em Manaus está funcionando.
Processo de despejo
Desde o processo de despejo contra a marca vir à tona no final de maio, a empresa mantém "silêncio" sobre os detalhes de sua operação, além de emplacamentos abaixo do esperado. Para se ter uma ideia, em maio de 2022, a Voltz teve seu auge no Brasil com 611 motos emplacadas.
EMPLACAMENTOS DA VOLTZ EM 2023:
JANEIRO | 311 |
FEVEREIRO | 199 |
MARÇO | 286 |
ABRIL | 159 |
MAIO | 295 |
JUNHO | 153 |
JULHO | 82 |
AGOSTO | 106 |
SETEMBRO | 34 |
TOTAL | 1.629 |
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Acumulado do ano
No acumulado de 2023, a Voltz tem 1.629 motocicletas emplacadas no Brasil, entre janeiro e setembro. Isso representa queda de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 3.658 unidades foram registradas.
Como está a fábrica em Manaus?
Inaugurada há pouco mais de 1 ano, a fábrica da Voltz em Manaus recebeu investimento de R$ 12 milhões em uma área de 11 mil m². Sua capacidade anual é de 180 mil unidades, mas a empresa emplacou cerca de 1.600 motos elétricas no ano até agora. Quando a informação do processo de despejo contra a empresa se tornou pública, a marca disse que a fábrica estava "funcionando normalmente".
Consultada novamente por nossa reportagem no final de agosto, a empresa não confirmou se a fábrica continua operando e também explicou se houve uma resolução sobre a ação movida contra a marca. Quando o processo ganhou detalhes na mídia, a Voltz disse que havia uma "relação amigável com os locadores". A empresa afirmou que aguardava um novo aporte para resolver os problemas de caixa, mas nada mais sobre isso foi anunciado.
Antes da construção da fábrica, a Voltz recebeu aporte de R$ 100 milhões. Do total, vindo do grupo Creditas, foram R$ 95 milhões, e mais R$ 5 milhões da UVC Investimentos, ligada ao grupo Ultra.
Atrasos e falta de reembolsos
Informações vindas de clientes indicam que ainda há uma longa espera de motos atrasadas para serem entregues aos compradores. Em outubro passado, a Voltz declarou que havia uma fila de espera de 14 mil motos elétricas. Os clientes também relatam que há dificuldades quanto a conseguir o reembolso após o cancelamento das compras.
Silêncio nas redes sociais
Antes muito ativa em seus canais nas redes, a Voltz está praticamente sem postagens em suas redes. Desde 1º de abril não há publicações em seu feed do Instagram; agora, somente algumas ações estão sendo atualizadas esporadicamente nos stories.
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