Teste: Royal Enfield Classic 500
Moto clássica da Royal Enfield é pura nostalgia, despertando muitos olhares e comentários onde quer que passe
A moda “vintage” está muito presente nos dias atuais, basta notar por aí a quantidade de barbearias que proliferam por várias cidades marcando o retorno até mesmo dos jovens mais descolados ao antigo hábito de cultivar sua barba acertada com o esmero de um profisional. É neste cenário que a Royal Enfield chega ao Brasil com suas motos de visual retrô, cheio de referências aos anos 1940, e que nós do MOTOO tivemos a oportunidade de avaliar a bordo da Classic 500.
E essa máquina traz todos os ingredientes para uma viagem no tempo. Com motor monocilindro de 499 cm³ refrigerado a ar, com potência de 27,2 cv a 5.000 rpm, a Classic 500 proporciona pilotagem divertida, prazerosa e confortável, mas é preciso tem paciência e ficar na casa dos 100 km/h. Acima disso uma certa vibração é sentida e passa incomodar o piloto . O ronco do motor, contudo, tem uma agradável sonoridade mais grave, o que reforça o estilo marcante da moto.
O sistema de suspensão é o tradicional garfo telescópico na dianteira, enquanto a roda traseira conta com dois amortecedores a gás que oferecem a possibilidade de 5 ajustes pré-definidos. Essa configuração mostrou-se confortável para rodar em nossas ruas esburacadas e até mesmo para encarar algumas irregularidade no asfalto das estradas.
O conjunto de freios é composto por um sistema a disco na dianteira de 280 mm e a roda traseira conta com freio a tambor. Ele deixa um pouco a desejar no caso de uma frenagem de emergência, mas a marca confirma que suas motos deverão ser equipadas com freio a disco também na roda traseira, o que seguramente deverá melhorar a eficiência de frenagem.
Para o uso no dia a dia, a Classic 500 torna-se uma opção de mobilidade muito interessante e cheia de estilo. Ela trafega fácil pelos corredores e é rápida nas retomadas de velocidade, porém para manter a Classic 500 sempre “esperta” é necessário lidar com frequência com o câmbio, realizando algumas reduções nos momentos em que você busca mais desempenho. Como consequência, ao trabalhar com o motor em giros mais altos, a conta vem no consumo mais elevado. Durante nossa avaliação ele ficou entre 15 e 17 km/l.
O consumo na estrada, por sua vez, onde é possível trabalhar com marchas mais altas e diminuir a faixa de giro do motor, o consumo nos surpreendeu e conseguimos registrar média de 38 km/l. Equipada com um tanque de 13,5 litros, a Classic 500 consegue entregar nesse caso uma autonomia que gira em torno de ótimos 500 km. Para viagens sem pressa e de curtas distâncias, a Classic 500 vai bem, mas a vibração e a instabilidade provocada pelo vento devido a posição de pilotagem começa a cansar em deslocamentos muito longos.
Quanto ao visual, pode ter certeza que a Royal Enfield Classic 500 garante que você não vai passar despercebido. Olhares e comentários são os mais variados, indo desde um “excelente trabalho de restauração”, ou “parece que saiu da fábrica”, passando por “deve custar uma pequena fortuna” até “isto que é motocicleta!”. Enfim, a parte nostálgica fica muito marcada pelos olhares das pessoas, principalmente.
A versão testada aqui pelo MOTOO, a Classic 500, é encontrada nas cores bege, preta e azul, com preço a partir de R$ 19.900 ou R$ 20.900 se você optar pela versão com ABS, algo que recomendamos. Ainda na linha Classic, existem as variações com estilo militar, no caso a Battle Green, Squadron Blue e a Desert Storm, todas tabeladas em R$ 21.000 ou R$ 22.000 com ABS.
Já para quem gosta de um cromado, existe a opção da Classic Chrome, com preço sugerido de R$ 21.900 e que se destaca pelo estilo à la anos 50 com uma boa dose de elementos com cromo ao redor da carroceria. Os clientes poderão optar pela Classic Chrome nas cores preta, grafite e verde e o assento conta com revestimento de couro.
Além da linha Classic, você encontra na gama Royal Enfield as motos Continental GT, no estilo café racer a partir de R$ 23.000 nas cores vermelha, verde e preta (ou R$ 24.500 com ABS), além da Bullet, modelo mais acessível da marca por aqui partindo de R$ 18.900 nas cores verde, preta e cinza.
De tudo que vimos e sentimos, a Royal Enfield é uma marca que deverá ter um lugar de destaque no mercado brasileiro dentro do segmento no qual pretende atual, mas vai ter que garantir uma assistência técnica de qualidade e preços competitivos. Acreditamos que, por ser uma das marcas que mais vende motos no mundo e conta com a reputação de oferecer ao mundo a moto mais antiga em produção até hoje, seguramente ela vai cumprir o prometido.
Banco do Garupa
Nota 7,5 – A Alessandra, nossa “garupeira” oficial, aprovou a Classic 500. A moto mostrou-se confortável e a posição para acompanhar o piloto é boa, mas com restrições. O assento é pequeno e a vibração e sentida e depois de algum tempo começa a incomodar.
Ficha técnica – Royal Enfield Classic 500 Regular
Preço: R$ 19.900 (R$ 20.900 com ABS)
Motor: monocilíndrico, 499 cm³, 4 tempos, refrigeração a ar
Diâmetro e curso: 84 mm x 90 mm
Taxa de compressão: 8,5:1
Potência: 27,2 cv a 5.250 rpm (gasolina)
Torque: 4,21 kgfm a 4.000 rpm (gasolina)
Alimentação: injeção eletrônica
Transmissão: 5 marchas
Sistema de Partida: elétrico
Chassi: quadro com estrutura única
Suspensão dianteira: garfo telescópico com 130 mm de curso
Suspensão traseira: amortecedores a gás com 5 opções de ajuste
Comprimento: 2,14 m
Largura: 79 cm
Altura: 1,09 m
Distância entre-eixos: 1,36 m
Distância mínima do solo: 13,5 cm
Peso: 190 kg (com 90% do combustível e lubrificante)
Capacidade do Tanque: 13,5 litros