Teste: BMW G 310 R
Avaliamos o modelo de entrada da marca alemã no Brasil, nas lojas por R$ 21.990
Depois do lançamento em agosto deste ano, quando pudemos avaliar na pista a nova BMW G 310 R, chegou a hora de passarmos mais tempo com a nova moto de entrada da marca alemã para uma avaliação mais próxima do uso cotidiano. Sem querer antecipar muito do que você vai ler depois, o que a mais nova BMW nos surpreendeu na pista, ela também conseguiu repetir o feito na cidade, entregando uma pilotagem ágil e fácil, extremamente prática para o dia a dia.
O motor monocilíndrico de 313 cm3, 4 tempos com duplo comando e refrigeração a água, entrega potência máxima de 34,4 cv a 9.200 rpm e já demonstra uma ótima disposição a partir dos 4.500 giros. Abaixo disso, é bom que se diga, a G 310 R nos obriga a lidar um pouco mais com as 6 marchas do câmbio se a ideia é manter uma boa aceleração e retomada de velocidade. O torque máximo é de 2,86 kgfm disponíveis a 7.500 rpm.
Outro fator que nos chamou a atenção pilotando a G 310 R é que em marcha lenta o som emitido pelo sistema de escapamento não nos agradou muito para uma moto premium, mas basta “encher a mão” que a coisa muda de figura e o ronco da BMW passa a fazer bem aos ouvidos.
Por falar no escapamento, o conjunto se destaca pelo fato de sair diretamente do cilindro para trás da moto, não existe aquela tradicional curva que se projeta ao lado da moto. A engenharia da BMW garante que isto ajuda em diversos aspectos, como na melhora da queima do combustível, facilita a emissão dos gases e, como resultado, entrega um ganho em performance. Para nós o resultado geral agradou, pois além de evitar a possibilidade de encostar a perna no duto quente do escape, deixa o visual mais “clean”. Apesar de ser um monocilíndrico, o propulsor não apresenta vibração exagerada, algo que você perceberá mais na bolha do tanque de combustível e nas pedaleiras. Nas mãos, porém, você não sentirá qualquer interferência nesse aspecto graças ao sistema de coxins especialmente instalados no guidão.
A suspenção dianteira é do tipo garfo telescópico invertido e a roda traseira conta com balança de braço oscilante em alumínio. As bengalas dianteiras são um destaque a parte, bem mais encorpadas e com visual em alumínio dourado para conferir mais robustez e um ar de moto de maior cilindrada. O conjunto funciona muito bem. Na cidade ele enfrentou as irregularidades do piso, buracos, lombadas e valetas sem sustos e solavancos. A G 310 R possui ajuste de pré-carga da mola traseira, sendo que, quando saímos para o teste, começamos com a posição original de fábrica, porém depois de alguns quilômetros optamos por um acerto mais rígido e a resposta foi uma pilotagem mais firme e segura. Logo, vale a pena você dedicar algum tempo pilotando a G 310 R para acertar o melhor ajuste de acordo com seu estilo de pilotagem.
O visual agrada e não faltaram elogios. Sem dúvida a G 310 R é uma moto que se destaca e sempre merece um comentário positivo.
As pernas ficam muito bem encaixadas junto ao tanque e a altura do guidão e espelhos retrovisores permite uma passagem fácil e segura nos corredores, oferecendo boa agilidade e facilidade de uso no trânsito urbano.
O painel de instrumentos é bem completo, como se espera de uma moto premium. Com tela totalmente digital e boa visualização, ele também sinaliza a marcha engatada, o que é sempre bem-vindo. Com um simples toque você tem acesso a uma grande variedade de informações, tais como luzes de advertência, conta-giros por barra, hodômetro parcial, luz de rotação máxima, nível de gasolina, média horária, autonomia, etc.
O sistema de freio ABS é item de serie e atende perfeitamente o nível de desempenho da moto, com disco único na dianteira de 300 mm e traseiro com 240 mm.
Com peso de 158,5 kg, a G 310 R transparece essa leveza na pilotagem, algo que de quebra também ajuda no consumo. Em uso urbano com um pilotagem suave, cheguamos a registrar médias de 25,5 km/l e, na estrada, trafegando com velocidade chegamos aos 30 km/l. Com tanque de combustível com capacidade para 11 litros de gasolina, a autonomia gira em torno de 350 km.
A unidade testada pelo MOTOO foi uma G 310 R na cor Pearl White Metallic com grafismo tricolor, mas você também pode encontrar a G 310 R nas cores Cosmic Black e Strato Bleu Metallic. O preço sugerido é de R$ 21.990, valor interessante e mais acessível para se ter uma BMW. Pena que para fazer um upgrade na marca você precisa gastar quase o dobro disso.
Banco do Garupa: nota 7,5
“O banco da G 310 é único, mas a parte do garupa é bem demarcada. Com isso, quem está andando de carona na BMW não avança para cima do piloto. O banco é bastante confortável, apesar de pequeno. As pedaleiras ficam em uma boa posição, evitando que as pernas fiquem muito flexionadas.“, opinião de Alessandra B. Lazzari