VÍDEO - Royal Enfield Scram 411: como é andar na 'trail clássica'
Rodamos com o lançamento que custa R$ 22.490 e pode ser alternativa a XRE 300 e Lander 250. Modelo é boa opção para rodar na cidade, mas não recusa terra; assista
A Royal Enfield Scram 411 2023 é um dos principais lançamentos do mercado de moto no Brasil no ano até então. Com valor sugerido de valor de R$ 22.490, sem frete incluso, o modelo é uma "trail clássica" com foco para uso urbano. Tive a oportunidade de rodar com a moto para trazer as primeiras impressões sobre a motoca. O trajeto aconteceu no Rio de Janeiro, onde pude provar a Scram 411 na cidade, vias rápidas e até um pouco de terra.
Foram exatos 90,5 km de teste com a Scram, saindo de Botafogo até direção a Grumari, e retornando. Algo que posso adiantar em meu relato é que acredito que a moto, apesar de não ter concorrentes diretos por seu estilo "diferentão", pode surgir como uma opção para quem procura motos trail como Honda XRE 300, Yamaha Lander 250 ou mesmo a nova Dafra NH 300. Veja vídeo sobre como é pilotar a Scram:
Vou explicar porque acredito nisso, mas também aproveitando para falar o que achei do motor, potência, suspensões, freios e também do estilo dessa motoca.
Esta reportagem foi originalmente publicada em www.motoo.com.br e não pode ser reproduzida por outras mídias sem autorização.
O que muda da Himalayan?
Já fiz algumas matérias explicando as diferenças, inclusive, com um vídeo só sobre isso feita em terras lusitanas, onde tive a oportunidade de ter meu primeiro contato com a Scram; daquela vez, ainda estática. O primeiro ponto mais óbvio é o visual, que está bem mais atual na novidade, apesar de ainda manter o estilo clássico tradicional da Royal.
Aqui temos uma inspiração scrambler, ou seja, uma moto de visual retrô minimalista e com certa capacidade off-road. Para isso, a marca deixou a Scram ligeiramente mais baixa em relação à Himalayan, com 10 mm a menos na suspensão dianteira, com 190 mm de curso (veja os detalhes na ficha técnica).
O vão do solo é 20 mm menor, com o total de 20 mm, e o assento ficou mais acessível, com 795 mm, frente aos 800 mm da Himalayan. Além disso, a modelo ganhou roda de 19 polegadas na dianteira, ainda raiada, no lugar da aro 21, enquanto a traseira se manteve como 17. Com o guidão também mais baixo, a pilotagem da Scram se tornou mais ágil e ela é mais compacta que a Himalayan.
Motor e potência
Essa faceta de mais dinâmica da Scram fica nítida na cidade. É uma moto extremamente fácil de pilotar, e com esta configuração com roda menor fica mais preparada para enfrentar a "selva urbana", e com o extra de um aro 19 ainda ser grandinho para a buraqueira. Seu aspecto é de um modelo mais enxuto, assim facilitando trafegar entre os carros.
Entre farol e farol na cidade do Rio, a Scram se mostrou indicada para este tipo de percurso, com um motor bem suave nas saídas. Não espere uma moto com grandes arrancadas, isso porque este monocilíndrico de 24,3 cavalos a 6.500 rpm e 3,26 kgfm de torque a 4.250 rpm entrega sua força moderadamente.
Trabalhando em conjunto com câmbio de 5 marchas, o motor oferece poder interessante para eventuais subidas íngremes e, depois que se estabelece a última marcha, não é necessário muitas reduções em uma estrada ou ao passar somente por lombadas. Aumentando a velocidade, em vias rápidas de destino a Grumari, a Scram mostrou fôlego para manter 100 km/h sem dificuldades, mas não deu para ir além disso por conta do limite das vias.
Sobre o consumo, a percepção é de não ser gastona, mas não foi possível aferir consumo durante o trajeto, e como o painel não possui computador de bordo com este dado, não temos como saber o gasto médio de gasolina.
Suspensões e freios
A Scram 411 não conta com suspensões tão longas como de uma trail tradicional, mas também não são curtas como de uma moto 100 % urbana. Temos aí então um meio termo, e assim é o seu comportamento também. Ela consegue superar com facilidade obstáculos como lombadas e buracos, além de dar confiança para trechos de terra. Tivemos um percurso bem pequeno na terra, mas a moto foi ajudada pelos pneus de uso misto da marca CEAT.
Mas não espere aqui a performance de uma aventureira. Em trechos mais esburacados os impactos chegam bastante ao piloto com certos chacoalhões na dianteira e na traseira. Já no asfalto, o modelo poderia ser um pouco mais firme ao fazer curvas de mais velocidade. São pontos para quem gosta de uma pilotagem que exige mais da moto saber, mas a verdade é que são comportamentos esperados para uma moto de estilo clássico.
No caso dos freios, eles estão equipados com ABS na dianteira e na traseira. Na minha percepção, o acionamento do disco traseiro está bem modulado, porém, o dianteiro poderia ser um pouco mais contundente. Na unidade testada eu senti o freio dianteiro um tanto "borrachudo", é algo bom para quem roda na terra e não quer "perder a frente" em uma frenagem, mas como a Scram 411 tem o foco na cidade, para minha pilotagem, seria interessante um acionamento um pouco mais rápido.
Sobre o painel, ele tem um desenho moderninho, apesar de ser bem ao estilo redondo clássico. Mistura itens analógicos com digitais, mas exagera um pouco no miminalismo, ao não possuir conta-giros ou outros dados, mas ao menos possui indicador de marcha.O famoso sistema de navegação Tripper ficou de fora do pacote do modelo, e poderá ser comprado apenas separadamente, mas a marca diz que no momento está com difícil entrega por conta de fornecedores.
Opção para XRE 300 e Lander 250
Dito tudo isso, a Scram 411 reúne bem mais virtudes do que defeitos. É um modelo extremamente estiloso com destaque para o acabamento e as diversas opções de cores. Realmente, a percepção é que a Royal Enfield está evoluindo nesses quesitos a cada novo produto. Com um preço sugerido atrativo, a moto está em uma faixa similar aos valores de XRE 300*, Lander 250 e NH 300. Não é uma proposta 100% trail, mas pode atrair justamente quem procura umas dessas motos mencionadas, mas com o intuito de rodar mais na cidade.
E sem medo de encarar um pouco de estrada e até um off-road moderado. Acredito que a Scram 411 pode ser um bom custo-benefício caso o preço final nas lojas, com frete, não exceda muito o anunciado. Além disso, o modelo traz como uma certa vantagem o fato de não ser tão visada para roubos - ao menos ainda - em relação às motos mais conhecidas do mercado.
Em tempo, a Scram é oferecida no total de 7 cores, que são combinações belíssimas. Realmente, a Royal Enfield acertou em cheio nos grafismos. O modelo possui também 3 anos de garantia. Sobre as revisões, os valores ainda não foram divulgados,
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FICHA TÉCNICA |
Royal Enfield Scram 411 (BRASIL) |
PREÇO | R$ 22.490, sem frete |
MOTOR | 1 cilindro, 411 cc |
ALIMENTAÇÃO | Injeção eletrônica |
REFRIGERAÇÃO | A ar |
COMBUSTÍVEL | Gasolina |
POTÊNCIA | 24,3 cv a 6.500 rpm |
TORQUE | 32 Nm a 4.250 rpm |
CONSUMO | Não definido |
DIÂMETRO x CURSO | 78 mm x 86 mm |
CÂMBIO | Manual de 5 marchas |
COMPRIMENTO | 2.160 mm |
LARGURA | 840 mm |
ALTURA | 1.165 mm |
ENTRE-EIXOS | 1.455 mm |
DISTÂNCIA DO SOLO | 200 mm |
ALTURA DO ASSENTO | 795 mm |
CHASSI | Tubular de berço duplo |
PESO SEM COMBUSTÍVEL | 185 kg |
PESO EM ORDEM DE MARCHA | 194 kg |
TANQUE | 15 litros |
FREIOS | ABS |
FREIO DIANTEIRO | Disco de 300 mm |
FREIO TRASEIRO | Disco de 240 mm |
PNEU DIANTEIRO | 100/90 - 19 |
PNEU TRASEIRO | 120/90 - 17 |
SUSPENSÃO DIANTEIRA | Telescópica, 41 mm, de 190 mm de curso |
SUSPENSÃO TRASEIRA | Mono shock de 180 mm |