Piaggio chega agressiva e lança a Vespa no Brasil
Modelo que inventou o conceito de scooter, a Vespa terá no momento duas lojas oficiais no Estado de São Paulo
Como já adiantamos aqui no MOTOO, a Piaggio finalmente fincou sua bandeira em solo brasileiro e inaugurou nesta terça-feira (4) as duas primeiras lojas para comercializar a Vespa no Brasil. As “boutiques”, como prefere a marca, estão instaladas no Estado de São Paulo, com uma unidade na capital e outra em Campinas. O início das vendas ocorrerá a partir do próximo dia 22. Até o fim do ano o conglomera italiano espera implantar oito lojas e dez estão programadas para o próximo ano. A ideia é encerrar 2018 com 40 “boutiques” operando no Brasil. A empresa Asset Beclly Investments Management está por trás da operação da Piaggio no Brasil.
A estratégia dos importadores é comercializar 2.000 unidades da Vespa por aqui ainda neste ano e aumentar o volume para 12.000 scooters emplacadas. A partir de 2018 a Piaggio traça planos mais ousados e tem como meta instalar uma fábrica modular no país em Manaus (AM).
A planta será do tipo CKD, no qual os kits vêm diretamente da matriz e são complementados com componentes nacionais. Utilizando mão de obra local, a capacidade inicial está prevista para produzir 35 mil unidades/ano. Por ser de tipo modular, seu crescimento se dará de acordo com a demanda e com o plano de expansão da Piaggio no Brasil.
Modelos
A scooter chega ao Brasil em quatro modelos: Vespa Primavera, com 125 e 150 cm³; Vespa Sprint, de orientação esportiva e com motor de 150 cm³; Vespa GTS 300, que permite deslocamentos rodoviários com mais disposição graças ao motor de 300 cm³ e, por fim, a Vespa 946 Empório Armani, feita para celebrar os 130 anos da montadora e o 40° aniversário da empresa de moda.
Uma das grandes novidades para os colecionadores e apaixonados pelo símbolo de duas rodas é a série histórica com edição limitada, numerada de “0001” a “1.000”, feita para comemorar a chegada da Vespa no Brasil. As mil primeiras scooters comercializadas virão com uma placa que conterá a numeração especial e a imagem da bandeira nacional.
Os clientes também receberão uma placa nominal, certificada pela Itália, que trará a mesma numeração impressa na moto. Além disso, a lateral do veículo receberá as cores da bandeira da Itália junto com o logotipo Vespa. O modelo escolhido para receber a distinção foi a Primavera 150 cm³, um dos maiores sucessos da marca. Para adquirir o modelo é necessário fazer uma reserva no site da marca.
Os preços, contudo, ainda não foram revelados.
Mercado
De acordo com o presidente do grupo Piaggio Brasil, Longino Morawski, o potencial para o mercado da Vespa no Brasil é grande. Em 2009, o segmento ocupava 18% do total de motocicletas. No ano passado, alcançou o índice de 30% de share, o que representa aumento de mais de 60%, destaca a empresa.
O executivo analisa que existe uma “segmentação polarizada” no Brasil entre aqueles que buscam uma moto para trabalhar ou que funcione apenas como um transporte básico, e aqueles que buscam nas motos de alta cilindrada os produtos de elevado apelo emocional e mais sofisticadas. “O problema é que elas consomem mais combustível e têm preços bem mais elevados. Não são a melhor opção de locomoção urbana para o dia a dia, por serem grandes e pesadas. Geralmente estão associadas a passeios ou viagens no fim de semana”, acrescenta Morawski.
“Agora, assistimos à ascensão de um novo cliente, que busca soluções de mobilidade urbana. Este movimento, é claro, demonstra uma nova tendência: o Brasil está passando por um processo de ‘scooterização’, a exemplo do que já ocorreu em grandes cidades da Europa como Roma, Milão, Paris, Madri, entre outras. As scooters estão se tornando os principais meios de mobilidade urbana”, destaca o principal executivo da fabricante no Brasil.
Com uma meta ambiciosa, o grupo Piaggio declara que tem como meta atingir 10% de participação no setor de motos, uma vez que já obteve esse mesmo desempenho na segunda metade da década de 1980. Na ocasião, a Vespa conquistou sozinha essa participação no mercado brasileiro. Caso isso se concretize, a Piaggio pode rivalizar com a Yamaha pelo segundo lugar no ranking de vendas, atualmente dominado pela Honda com mais de 70% de market share.