Nióbio: por que moto elétrica precisa de material brasileiro para quebrar recorde
Start-up americana Lightning Motorcycle formou parceria com a mineradora CBMM do Brasil para o uso do metal em suas motos; objetivo é construir modelo que ultrapasse os 400 km/h
A americana Lightning Motorcycles anunciou recentemente uma parceria com a CBMM (Companhia Brasileira de Siderurgia e Mineração) com o objetivo de utilizar o material nióbio em suas motocicletas.
Mas por que a start-up do Vale do Silício e a companhia de mineração de Araxá, em Minas Gerais, se uniram? O projeto prevê o desenvolvimento de partes estruturais, como chassi, até freios e baterias mais leves para motocicletas com o metal.
Isso deve permitir, segundo planos da Lightning, criar uma nova moto elétrica capaz de quebrar o recorde de velocidade para motocicletas - inclusive, que já é da própria fabricante norte-americana.
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Em 2015, o modelo LS-218 alcançou a marca de 218,637 milhas por hora (351,787 km/h) no deserto de sal de Bonneville, nos Estados Unidos, rendendo a posição de moto elétrica de produção mais rápida do mundo. Com o uso do nióbio brasileiro, o objetivo agora é chegar 250 milhas/h, ou seja, incríveis 400 km/h.
Mas por que o nióbio?
Lightning e CBMM acreditam que o material pode potencializar o desempenho e velocidade das motos. “Reduzir o peso é essencial para motocicletas de alto desempenho e, por isso, já estamos utilizando algumas aplicações de Nióbio”, disse Richard Hatfield, CEO e fundador da Lightning Motorcycles.
O metal é considerado um “melhorador” de componentes, deixando aços mais leves e resistentes. Seu nome tem origem na deusa grega Níobe, filha de Tântalo, e é o elemento número 41 da tabela periódica.
Sua utilização na indústria automotiva pode ir desde o sistema de freios até baterias com recarga ultrarrápidas. Um chassi automotivo, por exemplo, pode ter 30% mais resistência e 20% menos peso com o uso do nióbio.
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“Além das tecnologias já utilizadas pela Lightning no módulo de carregamento da bateria, o nióbio oferece vantagens quando aplicado em outros materiais que vão além da redução de peso, permitindo uma verdadeira revolução na mobilidade”, afirma Mariana Perez de Oliveira, gerente de desenvolvimento de mercado da CBMM.
O Brasil é o maior produtor de nióbio do mundo, mas o material não é considerado raro, mas sim ainda pouco explorado. Outros países como Canadá e Austrália também apontam no mercado do metal.
Veja a moto elétrica da Lightning em ação: