MV Agusta: a lenda que já foi de Harley e KTM (e fez até aviões)
Conheça a história da marca italiana, sucesso nas ruas e na pista, mas que foi vendida novamente
Nascida Meccanica Verghera Agusta na Itália em janeiro de 1945 nas mãos do Conde Domenico Agusta, a conhecida MV Agusta nasceu como filial de uma fábrica de aviões perto de Milão. Logo após a II Guerra Mundial, a Itália foi proibida de fabricar aeronaves, então Domenico, um dos herdeiros da Costruzioni Aeronautiche Giovanni Agusta SA, resolveu fabricar motocicletas.
Era preciso reconstruir um país devastado pela guerra, e as primeiras motocicletas serviriam para isso. O primeiro protótipo surgiu com um motor monocilíndrico de 98 cm³ e foi montado com peças contrabandeadas devido à escassez da época.
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![MV Agusta MV 98, a primeira moto da marca em1947 MV Agusta MV 98, a primeira moto da marca em1947](https://www.motoo.com.br/fotos/2025/2/960_720/slide-3-xl_07022025_63141_960_720.jpg)
Era uma motocicleta leve com uma estrutura tubular, rodas de 19 polegadas e um tanque de gasolina com as letras M e V. O primeiro nome foi "Vespa 98", mas depois mudou para "MV 98" após a empresa perder a disputa pelo nome com a Piaggio.
A produção em massa começou em 1946 com duas versões, sendo uma mantendo a caixa de duas marchas e a mais esportiva com três velocidades. Segundo a empresa, cerca de 50 unidades foram feitas neste primeiro ano.
Durante todo esse período, a MV Agusta era muito focada em competições e as vendas de motos era basicamente para bancar as corridas. Em 1947 foi a primeira prova disputada por uma moto da marca nas mãos do piloto Franco Bertoni.
No ar de novo
Nos anos 1950, a empresa volta aos ares. Em 1955, a MV Agusta comprou os direitos de produção da estadunidense Bell para fabricar helicópteros na Itália. O know-how necessário para se fazer aeronaves também foi aplicado nas motos. As Grand Prix de corrida foram construídas usando as mesmas técnicas de fundição, forjamento e usinagem usadas na fabricação dos helicópteros.
![A volta da MV Agusta ao ares com a fabricação de helicópteros em 1955 A volta da MV Agusta ao ares com a fabricação de helicópteros em 1955](https://www.motoo.com.br/fotos/2025/2/960_720/slide-5-xl_07022025_63144_960_720.jpg)
A marca também fez pequenos caminhões e triciclos de carga que foram bem vendidos na Itália, variando bem as suas atividades.
Mas o negócio sobre duas rodas continuou e as motos e scooters com motores de dois tempos evoluíram, principalmente para atender moradores das regiões montanhosas no norte da Itália, e começaram a receber motores de quatro tempos mais modernos. O primeiro modelo assim foi o MV Agusta 175 em 1952.
Posição de sapo
![Mike Hailwood, inventor da posição Mike Hailwood, inventor da posição](https://www.motoo.com.br/fotos/2025/2/960_720/slide-8-xl_07022025_63143_960_720.jpg)
Nos anos seguintes o modelo foi ganhando versões esportivas e de corrida, já desenhando o destino da marca. O DNA esportivo fez com que a MV Agusta criasse uma posição de pilotagem usada até hoje, a “de sapo”. Com apoios de pés recuados, obrigando o piloto a posicionar os joelhos para fora.
Foi assim que Giacomo Agostini ganhou o Tourist Trophy de 1965 com uma moto de 500 cm³, um dos primeiros motores de quatro cilindros da marca. Com a MV Agusta, Agostini venceu 311 corridas, 13 campeonatos mundiais e 18 italianos.
Fim da primeira fase
![Motos da MV Agusta durante competição nos anos 1970 Motos da MV Agusta durante competição nos anos 1970](https://www.motoo.com.br/fotos/2025/2/960_720/slide-10-xl_07022025_63147_960_720.jpg)
Com a morte de Domenico em 1971, uma série de dificuldades financeiras foram acometendo a MV Agusta. A empresa recorreu a ajuda estatal a precisou sair do negócio de motos após mais de 260 mil unidades vendidas.
No mundo das competições, foram 37 campeonatos mundiais, fazendo a última temporada em 1977. Em 1980, a MV Agusta encerraria suas atividades no mercado de motos.
Renascimento com a Cagiva
A marca MV Agusta não foi esquecida por Claudio Castiglioni e seu irmão Giovanni. Juntos eles fundaram sua própria marca, a Cagiva em 1978 e tentaram comprar a divisão de corridas da MV, mas o acordo não foi aprovada pela família Agusta. Só em 1992 que o negócio foi concretizado e a marca voltou a existir no mundo das duas rodas.
![Claudio Castiglioni, que trouxe a MV Agusta de volta em 1992 Claudio Castiglioni, que trouxe a MV Agusta de volta em 1992](https://www.motoo.com.br/fotos/2025/2/960_720/slide-11-xl_07022025_63145_960_720.jpg)
Os Castiglioni também eram donos das marcas Ducati, Moto Morini e Husqvarna, além da operação italiana da americana Harley-Davidson. Mas a marca MV Agusta ainda tinha apelo entre os entusiastas e começou a ganhar novos modelos e logo voltou a ser um sucesso entre as esportivas.
O nome era tão forte, que em 1999 virou a principal marca do grupo, com Cagiva e Husqvarna virando subsidiárias dela. Mas nem tudo ia bem.
Da Harley à KTM
Novas crises financeiras nos anos 2000 fizeram com que a marca fosse vendida para a Harley-Davidson em 2008, mas em 2010 voltou para a família Castiglioni já recuperada. A marca foi mantida com novos modelos, mas novamente com dificuldades financeiras, foi passando de mão e mão. Em 2018, foi assumida pela família Sadarov.
![MV Agusta F3 800 2025 MV Agusta F3 800 2025](https://www.motoo.com.br/fotos/2024/10/960_720/mv-agusta_f3-800_2025_10_31102024_61633_960_720.jpg)
Em novembro de 2022, a Pierer Mobility, dona da KTM adquiriu uma participação minoritária de 25,1% e assumiu a marca em definitivo no ano passado. A aventura durou menos de um ano e A KTM anunciou oficialmente a venda da MV Agusta no último dia 31 de janeiro. O negócio, que ainda não teve valor anunciado, envolve a Art of Mobility, empresa controlada pela família Sardarov, que reassume a marca.
A expectativa é que o acordo seja fechado no primeiro semestre de 2025. Para os fãs, resta torcer para que a marca continue.
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