Motos elétricas são rejeitadas pela maioria dos motociclistas em enquete
Organização britânica consultou 4,8 mil pesssoas no Reino Unido a respeito da eletrificação sobre duas rodas, com 83% deles contra a proibição de motores a combustão
O processo de eletrificação de motocicletas está bem atrás do movimento semelhante entre os automóveis. E não se trata apenas de uma questão técnica, como ficou claro em uma enquete feita pela associação britânica Motorcycle Action Group (MAG).
A organização realizou uma enquete com membros e não associados e que apontou uma forte rejeição à proibição do governo do Reino Unido dos veículos movidos a combustão, prevista para 2030.
O levantamento foi respondido por 4.805 pessoas, das quais 83% foram favoráveis a que a MAG e outros grupos lutem contra a proibição. Apenas 8% consideraram a mudança para a eletricidade como algo inevitável.
Sobre a possibilidade de trocar suas motos a gasolina por modelos elétricos, 13% afirmaram que se adaptariam enquanto 56% atrasariam ao máximo a migração. Já 31% simplesmente disseram que deixariam de andar de moto.
Curiosamente, a rejeição às motos elétricas foi maior entre os não membros da MAG.
Caminho sem volta
Não chega a ser surpresa uma reação negativa ao fim dos motores a combustão em motocicletas. Ao contrário dos automóveis, que há mais tempo já lidam com modelos híbridos e iniciativas 100% elétricas, no mercado de duas rodas há poucos modelos e com finalidade bastante específica.
A Honda, por exemplo, vende a PCX elétrica no Japão há um bom tempo, mas isso não tornou-se uma estratégia global.
Apesar disso, a tendência, como temos visto ultimamente, é de que todas as marcas acabem adotando a tecnologia EV (de veículo elétrico) por questões ambientais e suas restrições legais.
Algumas fabricantes como a Harley-Davidson preferiram criar uma marca dedicada enquanto outras planejam oferecer esses modelos em seus portfólios tradicionais.
É de se esperar que a transição comece com modelos urbanos e voltados para atividades utilitárias que necessitam de menos desempenho e autonomia. Numa segunda fase, as motos de lazer deverão ser encampadas, à medida que a tecnologia evolua e permita grande desempenho e diversão, mesmo que em silêncio.