Honda Turuna: exemplar raro da 'primeira esportiva' nacional
Moto de 1986 mantém conjunto original, diz anunciante. Modelo é oferecido por R$ 17.900
Partindo da popular CG 125, a Honda Turuna (1979-1986) surgiu como uma derivação esportiva – pelo menos na intenção. Por isso, o modelo é reconhecido como a “primeira moto esportiva nacional” fabricada pela marca japonesa.
A Honda Turuna 125 de 1986 exibida nas fotos é uma fiel representante dessa importante fase da empresa. Com quase 40 anos de idade, o exemplar nunca foi restaurado, segundo o anunciante. O painel indica pouco mais de 40 mil km rodados, o escapamento ainda é o original, e os aros das rodas trazem o ano de fabricação da motocicleta.
“É uma raridade de único dono, com todas as peças originais de fábrica, incluindo o banco e os pedais, itens que costumam sofrer maior desgaste devido ao uso constante”, destaca Vitor Villalba, da loja que leva seu sobrenome.
Para os mais exigentes, a agência enviará junto com a moto todo o histórico de manutenções, além dos manuais, chave e ferramentas originais. O valor pedido é R$ 17.900.
Turuna 125: a primeira esportiva da Honda
O ano era 1979, um ano após o lançamento da 125 ML, quando a Honda apresentou sua primeira moto esportiva nacional: a Turuna 125. Como mencionado anteriormente, o modelo deriva da CG 125, cujo motor monocilíndrico adotava comando de válvulas no cabeçote (OHC – Over Head Camshaft), sendo o primeiro em uma Honda nacional acionado por corrente. A CG, por sua vez, utilizava comando de válvulas no bloco (OHV – Over Head Valve).
Com 124 cm³ de cilindrada, a Turuna entregava 3 cavalos a mais que sua “genitora”. Os 14 cv gerados a 10.000 rpm faziam jus ao nome, que sugeria agilidade, força e versatilidade. O torque também se destacava: 1,0 kgfm a 9.000 rpm, contra os 0,94 kgfm a 7.500 rpm da CG. A transmissão era a mesma, com cinco velocidades constantemente engrenadas.
De acordo com o blog da Honda, testes realizados por revistas especializadas da época registravam uma velocidade final próxima de 120 km/h e aceleração de 0 a 80 km/h em cerca de 10 segundos.
Outra mudança na esportiva da Honda estava no sistema de freios. Para segurar seus 109,6 kg (quase 3 kg a mais que a CG 125), a fabricante optou por substituir os freios dianteiros a tambor por discos simples de 194 cm².
Visua mais agressivo
Visualmente, a Turuna ganhou um toque mais esportivo, evidenciado pelas linhas mais retas, pelo para-lama dianteiro na cor da moto e pelo banco exclusivo, entre outros detalhes.
Em 1982, o modelo recebeu um carburador com tecnologia ECCO, que proporcionava maior economia sem perda de desempenho. No ano seguinte, novas mudanças foram introduzidas, incluindo sistema elétrico de 12 volts, acionamento hidráulico do freio a disco dianteiro e amortecedores traseiros com regulagem em cinco posições. Já na motorização, o antigo sistema de platinado deu lugar à moderna ignição eletrônica (CDI).
As atualizações visuais incluíram a substituição do farol redondo por um retangular, mudança que também ocorreu na lanterna traseira. No painel, os instrumentos, incluindo o marcador de combustível, passaram a ser agrupados em um único cluster, facilitando a leitura para o piloto.
A última reformulação da Turuna ocorreu em 1985, com a adição de uma carenagem no farol, guidão mais elevado e tanque semelhante ao da ML 125.
Produzida até 1986, a Honda Turuna 125 deixou saudades entre seus admiradores e marcou mais um capítulo importante na história da “primeira moto esportiva” da fabricante.
