BMW S 1000 RR 2023 faz o 'coração bater acelerado' em Interlagos; VÍDEO
Fomos até o lendário circuito experimentar a nova geração da esportiva. Partindo de R$ 125.900, moto oferece alto desempenho de 210 cv, mas controlável com tecnologia
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Em um dia quente e de céu azul na capital paulista fui até o Autódromo José Carlos Pace, que provavelmente você conhece como Interlagos, ou para os mais íntimos “o templo”, para provar pela primeira vez a terceira geração da BMW S 1000 RR, motocicleta esportiva que chegou às concessionárias no Brasil neste mês de maio em três versões: a S 1000 RR, a S 1000 RR M e a S 1000 RR M Carbon.
O modelo 2023 tem preço partindo de R$ 125.900. Em vídeo, veja como foram as primeiras impressões com a S 1000 RR na pista:
Os destaques da nova geração
Motor: recapitulando as principais novidades da S 1000 RR 2023, o motor de 4 cilindros em linha arrefecido a líquido ganhou mais 3 cv de potência, são 210 cv de potência a 13.750 rpm e 11,5 kgf m de torque máximo a 11.000 rpm. O câmbio é de seis velocidades.
Carenagens com asas: a visual mudou e melhorou funcionalmente a aerodinâmica – quesito importante em toda moto realmente esportiva – com destaque para os difusores de ar nos extremos da frente da moto, chamados tecnicamente de ‘winglets’ ou se você preferir, as ‘asas’ da moto, como vemos na MotoGP, por exemplo. Isso em resumo ajuda a manter a moto com a roda no chão, melhorando o controle tanto nas acelerações na saída de curva como na estabilidade nas frenagens. Relacionado com visual a iluminação é toda em LED e a luz de freio está integrada as setas na traseira da moto.
Feita no Brasil: antes de falar sobre o que achei ao andar na superbike da BMW quero reforçar tanta tecnologia que essa moto tem. Ela está mais "domável" em relação a geração anterior graças as mudanças e toda eletrônica aplicada. Não é exagero nenhum afirmar que é uma das motos mais tecnológicas produzidas no Brasil, na planta da BMW Motorrad que fica em Manaus. Como curiosidade, essa é a única planta exclusiva para produção de motos fora da Alemanha, onde fica a matriz da fabricante alemã.
Ajustes finos: a ‘M Chassi’ é algo pelo menos para mim inédito em uma motocicleta de rua. A moto possui dois pontos de ajuste que possibilitam alterar a medida do entre-eixos, alterando a posição da balança em relação ao chassi, para permitir um ajuste ainda melhor da moto para uso em pistas, quando queremos baixar tempo de volta em diferentes circuitos, por exemplo.
Além do M Chassi, a corrente M Endurance com revestimento de carbono tipo diamante entrega maior durabilidade comparada a uma corrente comum, a bateria de lítio M ajuda na redução de peso do conjunto e o para-brisa alto ajuda na aerodinâmica para o piloto. Os 4 são itens de série nas 3 versões. As suspensões dianteira e traseira são totalmente ajustáveis.
Versões: entre as versões M da S 1000 RR a M Carbon se diferencia pelos componentes com esse material nobre, que mescla resistência com leveza. Paralamas, capa da corrente, capa do pinhão, carenagens e as rodas são feitas de fibra de carbono. O acabamento da roda de carbono é o ponto mais fácil para identificar visualmente qual das M é a versão Carbon.
Pacote tecnológico: na eletrônica a lista é longa e compartilhada nas 3 versões, mas vou resumir nos destaques: tem quatro modos de pilotagem configuráveis: Rain, Road, Dynamic e Race. Há também o Modo Pro, opção que oferece outras três configurações adicionais de pilotagem totalmente ajustáveis pelo proprietário da moto. No painel é possível configurar e deixar até 4 mapas entre fixos e ajustáveis selecionáveis de forma rápida para praticidade durante a pilotagem.
A moto tem controle de largada, tem limitador de velocidade para pit lane (a área dos boxes em um autódromo tem limite de velocidade), tem quick-shifter nos dois sentidos (para subir ou reduzir marchas), o painel TFT de 6,5 polegadas tem ótima visualização dos dados e é configurável de várias formas, com algumas opções de desenhos e distribuição de dados nele para você deixar da forma que mais te agrade.
Ao esterçar o guidão da S 1000 RR para a esquerda é possível ver um sensor diferente, que mede o ângulo de esterço do guidão para ajudar a eletrônica a entender o que está acontecendo e aplicar a melhor assistência possível ao piloto.
Fazendo o coração bater acelerado
Hora de vestir o macacão, afinal estamos em um autódromo com uma moto esportiva com mais de 200 cv de potência. Hora de subir na S 1000 RR e ir para minhas voltas no icônico circuito brasileiro. Dia quente e nas primeiras curvas o coração já começa a acelerar na mesma medida em que acelero a S 1000 RR.
O circuito de Interlagos recebe muitas corridas de diversas categorias de esporte a motor, inclusive uma etapa da Fórmula 1, um evento a nível mundial. Já andei algumas vezes de moto nessa pista mas com a S 1000 RR foi a vez que Interlagos me pareceu menor que o normal. O motivo é a bruta aceleração que faz cada próxima curva chegar muito rápido!
A posição de pilotagem é totalmente esportiva. Se você busca uma pilotagem confortável e tranquila para desfilar pelas estradas no fim de semana passe longe dessa moto! Aqui a gente precisa trabalhar bem o posicionamento em cima da moto para conseguir andar mais rápido e explorar tudo que ela entrega, garantindo suas doses de adrenalina para se sentir mais vivo. Banco com 832 mm de altura é mais alto do que os de muita moto que já pilotei.
Controle com tecnologia
Ainda me acostumando com "a pimenta" dessa moto quase erro a entrada da curva no fim da reta oposta, mas mesmo fazendo a frenagem mais tarde do que estou acostumado a moto reduziu bastante a velocidade e entrei com uma sensação de controle grande na curva. Aqui vi toda a tecnologia em ação.
Durante a apresentação os técnicos da BMW falaram sobre dois sistemas que atuam exatamente na entrada e saída de curvas: Brake Slide Assist (assistente de deslizamento em frenagem) que ajuda na estabilidade nas frenagens e Slide Control (assistente de controle de deslizamento) que ajuda na hora de voltar a acelerar forte na saída de curvas garantindo estabilidade. A moto continua bem forte e "bruta", mas com a evolução do pacote eletrônico ela está mais controlável.
A relação de peso-potência é 1 kg de peso para 1 cv de potência. A marca declara 197 de peso seco nas versões S 1000 RR e S 1000 RR M e redução de 2 kg na versão S 1000 RR M Carbon. Com tanque de 16,5 litros fazendo a conta para chegar no peso em ordem de marcha das versões sem itens de carbono chegamos em 210,2 kg. Toda moto com uma relação peso-potência como essa precisa ser respeitada.
Moto para mais experientes
Não vou dizer que é uma moto para qualquer pessoa pilotar pois não é. Ela exige experiência prévia com motos menos potentes, domínio das técnicas de pilotagem esportiva em dia e treino, no caso, treino físico mesmo pois a pilotagem em uma moto com o potencial de aceleração e frenagens como a BMW S 1000 RR vai cobrar do seu preparo físico bastante. Para garantir a harmonia entre homem e máquina não deixe de se certificar que seu preparo físico está em dia para poder explorar mais do que essa moto esportiva alemã pode te oferecer.
Na reta principal do autódromo a velocidade ficou em torno de 260 km/h e mais uma vez senti a sensação de que a pista estava menor. Tudo é muito rápido e visceral ao pilotar sem economizar no acelerador com a S 1000 RR. O foco na pilotagem e naturalmente conhecimento do melhor traçado do circuito que você estiver vão ajudar a aproveitar melhor essa moto.
Falando sobre alta velocidade, um dado interessante divulgado pela BMW é que andando a 300 km/h com a S 1000 RR os difusores de ar na nova carenagem geram cerca de 17 kg de força na roda dianteira, ajudando a deixar ela ‘colada’ no chão, evitando entrar em ação o controle de tração sem real necessidade e com isso ajudando a quem busca baixar tempo de volta com essa moto.
O que mais me surpreendeu é como a eletrônica ajuda na pilotagem, mas sem ser muito invasiva. Eu não desliguei toda a eletrônica primeiramente porque no primeiro contato o painel tem tantos recursos e ajustes que assusta fazer algo errado e ter que esperar por ajuda dos técnicos da BMW e perder meu tempo de pista. Também porque após as primeiras voltas com a S 1000 RR vi que para o meu nível mesmo com a eletrônica me ajudando a experiência já estava incrível.
A forma sutil com que toda a eletrônica atua torna a pilotagem mais prazerosa e fluída. Sem dúvidas um piloto experiente em Interlagos e em pilotagem de motos na casa dos 210 cv de potência da S 1000 RR conseguiria mesmo com a moto original tempos de volta bem próximos dos de competição.
Pneus
Só lembrando que nas versões M o pneu é diferente, é um Metzeler K3, modelo mais esportivo e na traseira levemente mais largo, com 200/55 contra 190/55 do pneu da S 1000 RR Premium, que usa pneus modelo Metzeler M9. Na dianteira a medida é 120/70 nas 3 versões. É possível colocar os pneus das versões M na S 1000 RR Premium, mas fica o lembrete de ‘avisar’ a moto por meio de ajuste no painel, assim ela calibra toda a eletrônica para a nova medida do pneu traseiro.
USB e inversão de câmbio
Como curiosidade, sob o assento do garupa tem uma tomada USB disponível para carregamento do seu dispositivo eletrônico durante o uso da moto e quem compra a S 1000 RR em qualquer uma das versões recebe a carenagem para fazer a moto ficar monoposto. Outro detalhe curioso e prático para quem quiser inverter o câmbio – comum no uso em autódromo – é que basta soltar o parafuso inferior do quick-shifter e fixar no outro ponto disponível na mesma alavanca do câmbio e vai passar a engatar a primeira marcha para cima e as demais para baixo.
Concorrentes no Brasil
A própria BMW Motorrad mostrou durante a apresentação quem ela considera concorrência direta para sua S 1000 RR: Kawasaki Ninja ZX-10R, Suzuki GSX-R 1000 R, Honda CBR 1000 RR-R e Ducati V4S. Todas muito potentes e com bastante eletrônica embarcada.
E quanto custa?
No evento a BMW Motorrad divulgou os preços das 3 versões. A S 1000 RR tem preço em R$ 125.900, a versão M está com preço de R$ 149.900 e a topo de linha, a versão M Carbon custa R$ 169.900. As 3 versões são montadas em Manaus.
São 3 pinturas disponíveis: A S 1000 RR é possível adquirir em preto ou vermelho. A S 1000 RR M e a S 1000 RR M Carbon estão disponíveis na pintura batizada de ‘Motorsport’ pela BMW, majoritariamente branca, com detalhes em azul, vermelho e preto.
Conclusão
A evolução da terceira geração é nítida. Para fãs de superbikes é uma atualização importante, recheada de tecnologias para ajudar os pilotos a extraírem mais do forte motor da S 1000 RR com maior controle. Não é uma moto para iniciantes na alta cilindrada, exige alguma experiência prévia em motos menos potentes – como a honesta F 900 R que tive a oportunidade de andar no mesmo dia – para quem busca andar forte na S 1000 RR.
Me despeço da S 1000 RR no fim do meu tempo de pista com a sensação de ver uma amostra da alta capacidade da engenharia da BMW Motorrad de criar uma moto empolgante e ao mesmo tempo mais segura graças a toda tecnologia aplicada na eletrônica dessa moto. Sorte de quem é fã de motos esportivas e que tem condições de ter uma S 1000 RR, pois no meu ‘dia de rei’ em Interlagos pude sentir como é prazeroso acelerar uma moto desse nível, ainda mais em um circuito como Interlagos!
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| FICHA TÉCNICA - BMW S 1000 RR 2023 |
| PREÇO | a partir de R$ 125.900 |
| MOTOR | 4 cilindros, 999 cc |
| ALIMENTAÇÃO | Injeção eletrônica |
| COMBUSTÍVEL | Gasolina |
| POTÊNCIA | 210 cv a 13.750 rpm |
| TORQUE | 11 kgfm a 11.000 rpm |
| CONSUMO | Não divulgado |
| CÂMBIO | 6 marchas |
| COMPRIMENTO | 2.073 mm |
| LARGURA | 740 mm |
| ALTURA | 1.205 mm |
| ENTRE-EIXOS | 1.457 mm |
| ALTURA DO ASSENTO | 832 mm |
| PESO SECO | 197 kg (versão M Carbon 195 kg) |
| TANQUE | 16,5 litros |
| FREIOS | ABS |
| FREIO DIANTEIRO | Dois discos, pinças fixas de quatro êmbolos, diâmetro de 320 mm |
| FREIO TRASEIRO | Disco simples, diâmetro de 220 mm, pinça flutuante de êmbolo simples |
| PNEU DIANTEIRO | 120/70 ZR 17 |
| PNEU TRASEIRO | 190/55 ZR 17 (120/55 ZR 17 nas versões M) |
| SUSPENSÃO DIANTEIRA | Suspensão telescópica invertida com Ø 45 mm com ajuste de compressão e retorno e ajuste da pré-carga |
| SUSPENSÃO TRASEIRA | Braço oscilante de alumínio "WSBK", Full Floater Pro com ajuste de compressão e retorno e ajuste da pré-carga |
| CORES | Preto, vermelho e tricolor |
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