Nova Himalayan 450: como é andar na Royal Enfield que pode 'mudar tudo'
Saiba como se comporta a aventureira 2024 da marca no asfalto e na terra. Modelo traz agora motor de 40 cavalos, suspensões Showa e mais avanços; impressões
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A nova Royal Enfield Himalayan 450 2024 finalmente está entre nós! O lançamento mundial aconteceu na cidade de Manali, na Índia, e o MOTOO esteve presente para rodar com a motocicleta trail. Vou contar aqui para vocês as minhas primeiras impressões sobre o modelo, que agora está mais adventure e "muda tudo" sobre o que esperamos das motos da marca.
Posso adiantar que o comportamento da moto surpreende, mas vou detalhar então o comportamento de motor, suspensões, freios, além de falar da ergonomia e conforto. Também comentarei sobre o preço e quando a Himalayan 450 chegará ao Brasil.
Em comparação com a Himalayan 411, lançada originalmente em 2016, esta moto é 100% nova, apesar de manter ao menos em conceito o que havia em sua antecessora.
Tudo é novo, mas podemos destacar como principais atrativos o novo motor Sherpa 450 com refrigeração líquida, chassi mais ágil e fino, suspensões Showa, acelerador eletrônico e o novíssimo painel digital com navegação. SAIBA MAIS EM VÍDEO:
Esta reportagem foi originalmente publicada em www.motoo.com.br e está protegida pela Lei de Direito Autoral. Não pode ser reproduzida por outras mídias sem autorização.
Motor mais forte na Hima
Havia uma expectativa sobre qual seria o nome da nova trail: Himalayan 450 ou 452? A resposta é que o nome oficial segue apenas como Himalayan, então podemos chamá- de 450 ou 452. Isso porque está equipada com o novíssimo motor Sherpa 450 de 452 cc de cilindrada.
Este propulsor traz pela primeira vez a refrigeração líquida para modelos da marca: a potência máxima é de 40,02 cavalos a 8.000 rpm e 40 Nm (4,07 kgm) de torque a 5.500 rpm. Para quem quer aprofundar em dados e números, temos uma reportagem só falando da ficha técnica da nova Royal Enfield.
Outro avanço está na inserção do câmbio de 6 marchas, o que ajuda também na top speed (velocidade máxima da moto). A empresa divulga que pode passar dos 150 km/h! Em nosso percurso pelas vias de Manali, bem sinuosa ou sem pavimento, deu para beirar os 120 km/h com facilidade, mantendo esta velocidade de cruzeiro com tranquilidade.
Neste primeiro contato, em condições bem severas da altitude, o motor superou os desafios com dignidade, mas não espere um comportamento arisco do mesmo, ele segue bem ao estilo Royal Enfield, com torque em baixos giros. Porém, agora há maior possibilidade de aceleração e altas velocidades.
De acordo com a empresa, o Sherpa 450 entrega 90% do torque a partir dos 3.000 rpm. Outro destaque é o baixo nível de vibração, isso não parece ser um problema nesta nova geração da Himalayan. Saiba mais sobre a ficha técnica da moto:
Suspensões “parrudas”
A antiga Himalayan é sem dúvida uma moto robusta, mas as suspensões tendem a “chocoalhar” um pouco, algo que também noto na Scram 411, especialmente em terrenos bem irregulares. Os amortecedores, somados ao chassi mais leve e fino da Himalayan 450, colocam o modelo em uma nova prateleira, tanto no asfalto como na terra.
Feito pela japonesa Showa, o sistema é composto por garfo invertido SFF, da sigla “Separated Function Fork”, de 43 mm de diâmetro. É um tecnologia que separa para cada pistão uma das funções, sendo que a mola fica de um lado e do outro a absorção hidráulica. Na traseira, por sua vez, a moto traz um monoshock com links.
Em ambos os casos contam com 200 mm de curso, assim ganhando 20 mm a mais na traseira que a geração anterior. Na prática, a nova Himalayan mostrou conforto e estabilidade no asfalto, além de uma robustez extra para enfrentar os difíceis trechos de Manali.
Em apenas uma situação senti o fim de curso na parte de trás, mas realmente em uma situação bem extrema. Para mim as suspensões se tornaram o ponto alto da nova Himalayan.
Sobre os freios, parecem adequados para a moto, sem uma “mordida” arisca. Os discos cresceram e agora são de 320 mm, na dianteira, e 270 mm, na traseira. Com ABS nas duas rodas, há a possibilidade de desligá-lo somente na traseira, isso por meio dos modos de pilotagem.
As rodas seguem com medidas de 21 polegadas (dianteira) e 17 polegadas (traseira), mas há novidade de pneus sem câmara como opção nesta nova geração. Além disso, o modelo está equipado com novos pneus CEAT nesta geração, incluindo medida mais larga na traseira.
Mais leve, mas ainda pesada
Como falei, a moto conta com um novo chassi, 100% novo, feito de aço do tipo “longarina dupla tubular”. Somados aos outros avanços, a sensação é de uma moto mais ágil, não somente nas acelerações, mas também para manobras em trocas de direção.
São 3 kg a menos. Se nos basearmos no chamado peso “kerb”, quando a moto tem 90% de combustível mais óleo, a Himalayan 450 tem 196 kg, enquanto a Himalayan 411 chega a 199 kg. Em ordem de marcha, com todo combustível, a nova moto chega a 198 kg.
Não podemos dizer que é um modelo leve, ainda mais levando em consideração que a nova Triumph Scrambler 400 X tem 179 kg em ordem de marcha. A sensação na pilotagem, porém, é que este peso não compromete o seu desempenho. Outro fato é o novo tanque de combustível, agora de 17 litros, no lugar do antigo de 15 litros.
Pronta para longas viagens
Por falar no novo depósito, ele proporciona um ótimo encaixa para as pernas. Ao pilotar sentado a Himalayan proporciona um posicionamento trail/ADV com a coluna ereta. Rodei por dois dias durante horas e horas e não me senti cansado. O assento, por sua vez, tem boa rigidez.
Agora bipartido, também possibilita ajustes de altura, além de ter uma opção mais baixa de fábrica também (veja mais detalhes sobre isto no link). O modelo certamente está preparado para longas viagens. Com consumo médio de 28,15 km/l, segundo dados divulgados pela fabricante, o que dá uma autonomia estimada de quase 480 km para a moto.
Novo painel simples e tecnológico
Como era amplamente aguardado, a nova Himalayan se tornou a moto mais moderna já feita pela Royal Enfield. Além da refrigeração líquida, o modelo conta com acelerador eletrônico, modos de pilotagem (4 combinações no total) e embreagem assistida e deslizante.
Este último sistema deixa o acionamento do manete de embreagem mais levinho, além de evitar o travamento da roda traseira em reduções bruscas de marcha. Isso foi algo muito bem vindo para a moto. Nas diversas serrinhas escarpadas do estado de Himachal Pradesh, onde rodei com a moto, há também ótimas estradas.
Como novo motor proporcionando uma pilotagem mais desenvolta, as reduções de marchas para as curvas ficaram bem acertadas, com engates precisos de marcha e sem gerar sustos. Também é possível acompanhar o funcionamento da moto por meio de seu novo painel, 100% digital.
Chamado de Tripper Dash, trata-se de uma tela redonda de 4 polegadas. Possui diversas funções, incluindo modos de visualização diurno e também o noturno, que se ajustam automaticamente à luz. É possível também customizar o modo de exibição, onde o usuário pode priorizar velocidade e conta-giros, por exemplo, ou preferir focar na navegação.
Este talvez seja um dos grandes baratos da Himalayan: o sistema de navegação incluso no painel foi desenvolvido em parceria com o Google. Na prática, você transite o conhecido Google Maps direto para o painel. Também é possível comandar músicas, chamadas, etc, tanto pelo “botão joystick” no punho esquerdo, como também por voz com o uso de comunicador.
A conectividade é feita por meio de aplicativo da Royal Enfield que deve ser instalado no smartphone. O sistema é intuitivo e tira a necessidade de você acoplar o celular na moto, o que sempre é um risco. O funcionamento é bem legal, mas senti uma dificuldade de pareamente em certos momentos, com a necessidade de reiniciar o app no smartphone.
Quando a nova Himalayan 450 chega ao Brasil?
A nova geração da Himalayan está chegando à Índia ainda em 2023, enquanto os demais mercados devem recebê-la a partir de 2024. Para o Brasil, a expectativa é que o modelo leve cerca de 1 ano para passar pelo processo de homologação, além do preparo para o pós-venda, para começar a ser vendido.
O preço da Himalayan 2024 ainda não foi mundialmente revelado, mas o chefão da empresa, Siddhartha Lal, adiantou que o modelo “não será caro”, apontando que o valor não subirá na mesmas proporções do que a moto evoluiu (tomara!). No entanto, precisamos esperar para ver isso na prática.
A moto será oferecida em 5 cores, divididas em três versões: Base, Pass e Summit. Fique de olho no MOTOO, assim que houver novidades sobre o preço da moto vamos mostrar para vocês!
VEJA AS CORES DA HIMALAYAN 452
